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quarta-feira, 29 de março de 2017

Mais uma da nossa culinária mineira TUTU À MINEIRA

                        TUTU À MINEIRA





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INGREDIENTES

  • 1/2 kg de feijão cozido sem tempero
  • 2 cebolas cruas raladas
  • Farinha de mandioca
  • Pimenta do reino
  • 1 colher de sopa de cachaça
  • 2 ovos cozidos
  • 1/2 kg de lingüiça frita ou assada no forno
  • 200 g de bacon frito em cubinhos
  • Couve refogada                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      MODO DE PREPARO
    Bater o feijão no liquidificador com o caldo do cozimento
    Dourar a cebola na gordura do bacon
    Refogar o feijão com alho amassado
    Colocar uma pitada de pimenta do reino, uma colher de cachaça, sal a gosto
    Quando abrir fervura, colocar lentamente a farinha de mandioca, mexendo sem parar, até o ponto de um pirão
    Misturar o bacon frito e a linguiça picadinha
    Despejar numa tigela e enfeitar com rodelas de ovos cozidos, couve e molho de cebola
    O tutu deve ser mole pra não ficar seco  
  • Não pode faltar acompanhamento.


segunda-feira, 20 de março de 2017

Cidades Mineiras para serem visitadas no frio

Monte Verde
Não dá para falar em inverno em Minas Gerais sem pensar em Monte Verde, pequeno distrito de Camanducaia, no Sul do estado. Encravado na Serra da Mantiqueira, o povoado é um refúgio arborizado, cercado por araucárias, pássaros e esquilos e a típica hospitalidade mineira. Suas casas com arquitetura alpina conferem um clima todo especial ao destino, conhecido por ser uma ótima opção de passeio romântico. Ecoturismo, esportes radicais, ótimos hotéis, pousadas e restaurantes garantem diversão para toda a família.

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Para completar o pacote, o distrito abriga, de 2 a 23 deste mês, a quarta edição do Festival de Inverno de Monte Verde, promovido pela Prefeitura de Camanducaia. Shows, concertos, apresentações de rua e oficinas culturais gratuitas movimentam ainda mais a região, conhecida por se transformar durante os meses de julho e agosto pela alta procura pelos turistas, principalmente do estado de São Paulo. Um dos destaques do festival é a Casa da Gastronomia, que contará com uma vasta programação de cursos e oficinas para todas as idades e gostos.

Em todos os setores do distrito, há opções para diferentes públicos. A diária para hospedagem varia de R$ 180 a R$ 1.800. Nos restaurantes, o cardápio oferece desde a mais tradicional cozinha mineira até pratos típicos da culinária europeia. Para quem não se contenta em comer bem e tomar um vinho ou chocolate quente, passeios de jipe, a cavalo, tirolesa e trilhas ecológicas dão um toque de aventura ao destino. E não se esqueça: antes de voltar para casa, aproveite para levar alguns dos deliciosos produtos locais, como queijos, cervejas, geleias e chocolates.


Ouro Preto
A antiga capital de Minas, na Região Central do estado, é um ótimo destino em qualquer estação do ano. A vantagem do inverno é que o frio ajuda a encarar suas famosas ladeiras. Com mais de 300 anos, Ouro Preto é um museu a céu aberto, guardando boa parte da história da exploração do ouro no século 18 em suas construções e famosas igrejas.



LAVRAS NOVAS 
O distrito de Ouro Preto merece destaque, pois é um dos destinos preferidos de casais apaixonados. A pequena cidade, com pouco mais de 1.500 habitantes, é um refúgio típico de Minas, com ruas de pedras, natureza preservada e, claro, boa comida. Curtir as pousadas e restaurantes do distrito já é um ótimo passeio para muitos. Mas se você não se contenta com isso, trilhas ecológicas e esportes como rapel e trekking podem ser boas opções de diversão. Durante julho, festas juninas animam ainda mais a cidade. Lavras Novas também é conhecida pelas belas cachoeiras e poços naturais, além de pousadas confortáveis (foto). Resta saber se você vai encarar a água neste frio. 


MARIA DA FÉ 
Esse pequeno município detém o título de cidade com a temperatura mais baixa já registrada no estado (- 8,4°C, em 21 de julho de 1981). Também na Serra da Mantiqueira, Maria da Fé é conhecido internacionalmente pela produção de artesanato feito com a fibra de bananeira. As oliveiras na praça central completam o cenário de tranquilidade típico das pequenas cidades de Minas Gerais. Maria da Fé tem uma grande vocação para o turismo rural e o ecoturismo devido ao ambiente acolhedor da região e das belas fazendas, aliada à ótima gastronomia, cachoeiras e matas. Outra atração é Pico da Bandeira (não confundir com o outro Pico da Bandeira, bem mais famoso, localizado no Parque Nacional do Caparaó)


PARQUE CAPARAÓ 
Belas paisagens, adrenalina e baixas temperaturas. O Parque Nacional do Caparaó é um destino recomendado para o turista que não dispensa a aventura. Na Região da Zona da Mata, o destino abriga o terceiro ponto mais alto do Brasil: o Pico da Bandeira, com 2.891 metros de altitude. A portaria do Parque, em Minas Gerais, está localizada no município de Alto Caparaó, ponto de partida para as trilhas. No local existe uma área para acampamento e um mirante, de onde é possível avistar várias cidades da região. A subida até o cume do pico dura cerca de nove horas, compensadas por várias cachoeiras e piscinas naturais que existem ao longo do percurso. Depois de tanto esforço, o presente: a vista privilegiada


CAXAMBU 
Uma das principais cidades do Circuito das Águas de Minas Gerais, Caxambu, no Sul do estado, é importante instância hidromineral. Tem a maior concentração de águas carbogasosas do planeta, com 12 fontes de diferentes composições químicas, entre elas, águas minerais com alto poder diurético e desintoxicante que atraem turistas de todas as partes durante todo o ano. As fontes estão concentradas no Parque das Águas Dr. Lisandro Carneiro Guimarães. Na Serra da Mantiqueira, a cidade também oferece, além das belezas naturais, atividades como passeios de charrete, cavalo, bicicleta e trilhas ecológicas. Durante os fins de semana de julho, ocorre também o Festival de Inverno de Caxambu, com atrações musicais e mostra de orquídeas. Também dá para aproveitar produtos locais, como doce de leite, ambrosia, geleias e queijos.


EXTREMA 
Na divisa de Minas Gerais com São Paulo, Extrema é conhecida c omo a porta de entrada do estado. Localizada na Região Sul, a cidade tem um ar puro e clima agradável de montanha, cercada por cachoeiras e uma rica vegetação. Como a época não é propícia a banhos em cachoeiras, o melhor é aproveitar os ótimos hotéis e pousadas, os bares e restaurantes com comida típica de Minas e seu povo bastante hospitaleiro. Também é possível ter uma bela vista das montanhas da região na Pedra Sapo, com mais de seis metros de altura. Outra atração é o Festival de Inverno de Extrema, durante os meses de julho e agosto, que levará apresentações de música, teatro e dança de grupos e artistas nacionais, garantindo diversão para toda a família


POÇOS DE CALDAS 
Se o clima está frio, que tal aproveitar algumas fontes naturais de águas quentes e sulfurosas em Poços de Caldas, no Sul de Minas. Um dos grandes motivos de orgulho da cidade, elas são conhecidas pelas características terapêuticas, atraindo turistas de todas as partes há muito tempo. São diversas minas, de onde brotam esse precioso líquido, que deu fama à cidade e a firmou no circuito de turismo medicinal. Um exemplo é o Balneário Dr. Mário Mourão, com banhos de imersão que são realizados em cabines individuais na água que sai diretamente da fonte a uma temperatura de 41°C. E o inverno é uma das temporadas mais movimentadas em Poços. Aproveite também e conheça os produtos artesanais da região, como os típicos doces artesanais e peças de decoração em vidro fundido.


GONÇALVES 
Pousadas muito bem decoradas, restaurantes e cafés convidativos e caminhadas em meio à natureza. A pequena Gonçalves, no Sul de Minas Gerais, conta com com boa infraestrutura, serviço atencioso e belas paisagens. A cidade é uma das mais altas da Serra da Mantiqueira e repleta de montanhas e picos. Se não dá para encarar as cachoeiras da região, passeios pela natureza, trilhas e prática de esportes, como mountain bike, rapel e cavalgadas, são opções de atividades.
FONTE: http://www.em.com.br/app/noticia/turismo/2016/07/06/interna_turismo,780011/para-curtir-o-friozim-minas-ferias-turismo.shtml


sexta-feira, 17 de março de 2017

FRANGO COM ORA-PRO-NOBIS Bãodemais SÔ

  • 1 frango limpo, cortado e temperado
  • 1/4 de xícara de azeite
  • 1 tablete de caldo de galinha (preferência caipira)
  • 2 dentes de alho picados em pequenos pedaços
  • 2 cebolas cortadas em pedaços médios
  • 1 pedaço de pimentão vermelho (preferência) picado
  • Suco de 1/2 limão pequeno
  • Algumas pitadas de molho inglês
  • 30 folhas de ora-pro-nóbis (aproximadamente)
  • Sal a gosto                                                                                                                                                                                                       MODO DE PREPARO
    Junte, em uma panela o azeite, o suco de 1/2 limão e os pedaços de frango
    Mexa em fogo médio até que o frango comece a dourar
    Acrescente os dentes de alho picadinhos e mexa por mais alguns minutos
    Após dourar levemente os pedaços de frango, retire o excesso de gordura da panela
    Acrescente as cebolas e o pimentão, misturando-os aos pedaços de frango
    Junte algumas pitadas de molho inglês e o caldo de galinha e 1 xícara de água quente
    Acrescente água quente, aos poucos, em pequenas quantidades, até que o frango cozinhe (assim o caldo ficará mais grosso e saboroso)
    Prove o caldo e acrescente sal, caso julgue necessário
    Após o frango cozido, espalhe as folhas de ora-pro-nóbis por cima do frango, sem mexer ou misturar, de maneira a cobrir caldo de folhas
    Tampe bem a panela e deixe cozinhar em fogo baixo por mais ou menos 3 minutos
    Sirva com arroz branco, feijão batido e angu




FONTE:http://www.tudogostoso.com.br/receita/52612-frango-com-ora-pro-nobis-culinaria-mineira-tipica.html

  • Pra acompanhar ainda vai aquela Cachaça Seleta 
  • Pedidos pelo whatsapp 99939846 ou em https://www.facebook.com/baodemaisso/

quinta-feira, 16 de março de 2017

Semana Santa de São João del-Rei uma da mais belas e tradicionais.

A Semana Santa de São João del-Rei é uma das mais tradicionais no país, preservando cerimônias de quase três séculos, algumas são ainda mais antigas influenciadas pela religiosidade portuguesa do Século XVII (meados de 1600).  A expectativa é que a cidade receba durante a Semana Santa pelo menos 30 mil pessoas.
Os tapetes de rua são verdadeiras obras de arte, confeccionados para que as procissões passem pelos locais.

Nesse periodo temos as Feira de Artesanato do Senhor dos Montes (FERMONTES) e a Feira Mineira de Artesanato, que acontece entre os dias 2 e 5 de abril, na Avenida Presidente Tancredo Neves, de 10 às 22h.
Celebração do Descendimento da Cruz (sexta-feira santa)
Bairro Senhor dos Montes.
17 horas  Sermão e as 18:30 Procissão


As principais cerimônias da Semana Santa em São João del-Rei
- Domingo de Ramos
O início da Semana Santa é marcado com a Procissão de Ramos, onde os fiéis saem com ramos de palmeiras, relembrando a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém.
- Ofício de Trevas (quarta-feira santa)
Outro momento importante nas solenidades são-joanense é o Ofício de Trevas, uma tradição secular celebrada toda em latim, que acontece na quarta-feira santa, ela rememora a aproximação de Cristo das trevas e a sua agonia, ou seja, a aproximação de sua morte. 


- Lava Pés (quinta-feira santa)
A quinta-feira santa é o momento do Lava-Pés, relembra o ato em que Cristo lavou os pés dos seus discípulos, acontecimento marcante na última Ceia que também foi instituído a eucaristia e o sacerdócio.  Nesta mesma noite, no Jardim das Oliveiras, ele foi traído e preso.
- Descendimento da Cruz (sexta-feira santa)
O Descendimento da Cruz é um dos momentos cênicos mais ricos e tradicionais, no qual é retratado a descida de Jesus da Cruz, além do Canto da Verônica e o canto dos passinhos na procissão do enterro, todos em latim.


- Na Sexta-feira também é realizado a confecção dos lindos tapetes de rua no trajeto da procissão.
Lindas obras de artes a céu aberto para o publico prestigiar.



- Sábado de Aleluia
Neste dia é celebrada a Vigília Pascal, com a benção do Fogo Novo, a preparação do Círio Pascal e a renovação das promessas batismais. Neste dia a igreja retorna a entoar o Hino do Glória.
- Domingo de Páscoa 
O Domingo da Ressurreição encerra toda a liturgia, com a procissão do Santíssimo Sacramento. Neste dia é celebrada a vitória de Cristo sobre a morte e a sua ressurreição.
Confira a programação nos diversos lugares:
Programação da Catedral Basílica do Pilar:  http://issuu.com/massjdr/docs/programa_ss_2015

quarta-feira, 15 de março de 2017

Sobre Nhá Chica

Ainda pequena Francisca de Paula de Jesus, que nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei (MG), chegou em Baependi (MG). Veio acompanhada por sua mãe e por seu irmão, Teotônio. Dentre os poucos pertences, trouxeram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Em 1818, com apenas 10 anos de idade, a mãe de Nhá Chica faleceu deixando aos cuidados de Deus e da Virgem Maria as duas crianças, Francisca de Paula de Jesus, com 10 anos e seu irmão, com então 12 anos. Órfãos de mãe, sozinhos no mundo, Francisca de Paula e Teotônio, cresceram sob os cuidados e a proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi conquistando o coração de Nhá Chica. Esta, a chamava carinhosamente de "Minha Sinhá" que quer dizer: "Minha Senhora", e nada fazia sem primeiro consultá-la.
Nhá Chica soube administrar muito bem e fazer prosperar a herança espiritual que recebera da mãe. Nunca se casou. Rejeitou com liberdade todas as propostas de casamento que lhes apareceram. Foi toda do Senhor. Se dava bem com os pobres, ricos e com os mais necessitados. Atendia a todos os que a procuravam, sem discriminar ninguém e, para todos tinha uma palavra de conforto, um conselho ou uma promessa de oração. Ainda muito jovem, era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que lidavam com negócio. Muitos, não tomavam decisões sem primeiro consultá-la, e para tantas pessoas, ela era considerada uma "santa", todavia em resposta para quem quis saber quem ela, realmente, era, respondeu com tranquilidade: "... É porque eu rezo com fé".
Sua fama de santidade foi se espalhando de tal modo que pessoas de muito longe começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo para pedir-lhe orações. A todos, atendia com a mesma paciência e dedicação, mas nas sextas feiras, não atendia a ninguém. Era o dia em que lavava as próprias roupas e se dedicava mais à oração e à penitência. Isso porque sexta-feira é o dia que se recorda a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a salvação de todos nós. Às Três horas da tarde, intensificava suas orações e mantinha uma particular veneração à Virgem da Conceição, com a qual tratava familiarmente como a uma amiga.
Nhá Chica era analfabeta, pois não aprendeu a ler nem escrever, desejava somente ler as Escrituras Sagradas, mas alguém as lia para ela, e a fazia feliz. Compôs uma Novena à Nossa Senhora da Conceição e em Sua honra, construiu, ao lado de sua casa, uma Igrejinha, onde venerava uma pequena Imagem de Nossa Senhora da Conceição que era de sua mãe e, diante da qual, rezava piedosamente para todos aqueles que a ela se recomendavam. Essa Imagem, ainda hoje, se encontra na sala da casinha onde ela viveu, sobre o Altar da antiga Capela.
Em 1954, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor. Desde então teve início bem ao lado da Igreja, uma obra de assistência social para crianças necessitadas que vem sendo mantida por benfeitores devotos de Nhá Chica. Hoje a Associação Beneficente Nhá Chica (ABNC) acolhe mais de 150 crianças entre meninas e meninos.
A "Igrejinha de Nhá Chica", depois de ter passado por algumas reformas, é hoje o "Santuário Nossa Senhora da Conceição" que acolhe peregrinos de todo o Brasil e de diversas partes do mundo. Muitos fiéis que visitam o lugar, pedem graças e oram com fé. Tantos voltam para agradecer e registram suas graças recebidas. Atualmente, no "Registro de graças do Santuário", podem-se ler aproximadamente 20.000 graças alcançadas por intercessão de Nhá Chica.
Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, estando com 87 anos de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da Capela por ela construída. As pessoas que ali estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante os quatro dias de seu velório. Tal perfume foi novamente sentido no dia 18 de junho de 1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiásticas e por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo. Os restos Mortais da Venerável se encontram hoje no mesmo lugar, no interior do Santuário Nossa Senhora da Conceição em Baependi, protegidos por uma Urna de acrílico colocada no interior de uma outra de granito, onde são venerados pelos fiéis.
  



sexta-feira, 3 de março de 2017

Presépio da Muxinga-São João del-Rei

. Presépio da Muxinga . Alzira Agostini Haddad

PRESÉPIO DA MUXINGA

História, referência, patrimônio cultural. Retrato da vida e do cotidiano de uma pequena cidade.
Mulheres, homens, crianças, bichos, ornamentos, sons, luzes, movimentos.
Engrenagens, fios, rodas, polias, correias, parafusos, mecanismos.
Identidade e memória. O presépio foi construído, a princípio, para a família em 1929.
Um dia, na época do Natal, o Sr. Jorge Antônio Miguel Yunes, que acompanhava um enterro, olhou para dentro da casa: “Que coisa bonita escondida ali. Pode entrar para ver?” Desde então, mais e mais pessoas foram conhecendo e visitando o local.
A idéia era criar um presépio de papel, mas optou-se pela madeira, onde as figuras da Virgem Maria, de José, de Jesus Cristo, dos Reis Magos, dos animais e demais figurantes se movimentassem. O invento sofreu vários aperfeiçoamentos artísticos e técnicos, e somente em 1975, segundo o Sr. Sebastião (Neném), chegou à forma ideal.
O primeiro mecanismo utilizado para gerar a animação foi inspirado pelo funcionamento do relógio da Matriz de N.S. do Pilar: dava-se corda a um peso de ferro de doze quilos, colocado a cinco metros de altura  (em cima do telhado), que demorava cerca de dez minutos para descer, enquanto ia movendo o presépio. Em 1935 adotou-se o motor elétrico de 0,25 hp. O farmacêutico Desidério Rodarte doou alguns bonecos de madeira de seu próprio presépio, enriquecendo ainda mais o sentido e a beleza da criação dos irmãos Teixeira. Os movimentos das figuras envolvem inúmeras linhas enceradas, interligadas, que correm em pequenas rodas logo que se aciona o motor.
Pais, filhos, amigos e visitantes reverenciam a simplicidade, a persistência e o esforço do menino Sebastião Teixeira de Assunção que, aos 14 anos, construiu o presépio junto com o irmão Ivo Teixeira Filho - ajudados, mais tarde, por outros irmãos: José, Geraldo, Antônio Benedito e Benjamim. Inspirado nos modelos exibidos nas revistas juvenis “Tico Tico”, dos anos vinte, os irmãos resolveram investir em uma representação que “expressasse o  sentido de presépio idealizado por São Francisco de Assis”. 


Durante todo o ano o presépio era  preparado para o Natal.
Vínculos, lembranças, surpresas, encanto. Trabalho, muito trabalho.
Moeda na caixinha; portas se abrindo, sinos repicando, luzes se acendendo, anjos celebrando. Essas doações ajudaram algumas entidades e colaboraram com a manutenção do presépio. O Sr. Sebastião, que trabalhou na antiga Tipografia Assis e era mecânico como os irmãos, tinha uma coleção de moedas antigas e de histórias.
Em dezembro de 2001, no concurso  “Natal de Luz nas Gerais – Presépios de Minas”, realizado pela CEMIG, ganhou o 2º lugar e brilhou mais uma vez, representando São João del-Rei.
A gente olha o presépio e vê a nossa infância na Muxinga, onde até hoje, mora a família. Entrávamos pela frente e saíamos pelos fundos da casa em uma fila eternamente comprida. O Presépio da Muxinga já foi exposto na então Avenida Rui Barbosa, atual Avenida Presidente Tancredo Neves, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal, em frente ao Teatro Municipal, no Centro Cultural e Social do 11o BI Mth, na ACI del-Rei, no Largo de São Francisco e no Museu Municipal Tomé Portes del-Rei, casa de Bárbara Eliodora. Foi diversas vezes admirado junto a outros presépios artesanais, inspiração do projeto "Muxinga, oficina de presépios", uma parceria Atitude Cultural, RDM-Rio Doce Manganês, Escola Estadual Idalina Horta Galvão e Sr. Sebastião Teixeira d'Assunção.
O Sr. Sebastião nos deixou com mais de 90 anos e lutou por toda a vida para assegurar a presença do seu presépio no Natal de São João del-Rei.  Lamentava que não havia uma política mais consistente que pudesse protegê-lo e acomodá-lo definitivamente em seu lugar de origem, na Muxinga, pois os deslocamentos danificava todo o seu mecanismo, além de deixá-lo vulnerável a diversos riscos.
Ele contou sempre com a ajuda de familiares, principalmente da sobrinha Viviane Maria Padilha Teixeira, sua assistente fiel. No dia 22/10/04, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de São João del-Rei aprovou o projeto de tombamento deste importante acervo. O projeto completo de restauração do Presépio e do casarão com sala de exposições, sala para as oficinas de presépio, jardim etc já foi elaborado e aguarda a oportunidade de saír do papel.
Em dezembro de 2011 o Presépio da Muxinga volta a encantar a cidade de São João del-Rei, agora com um projeto de exposição permanente: sábados, domingos e feriados, de 14 'as 17 horas - o que é melhor - no seu local de origem, na Praça Prof. José Batista de Souza 11.
A reabilitação do Presépio e da sala onde ele está exposto, foi um empreendimento do empresário José Imbroisi/Conecta, que se dedicou com sua equipe por alguns meses a - pacientemente - limpar, pintar e reviver este precioso legado.
A família comemora e participa ativamente de todas as providências necessárias para a disponibilização do Presépio para a comunidade e visitantes permanentemente e conta com diversos apoios, entre eles, o daAtitude Cultural.
Precisamos proteger tessouros como este. Também o nosso casario histórico, as nossas atividades e manifestações culturais, nosso modo de ser, de fazer, as formas de nos relacionarmos com o lugar, as pessoas, o ofício, o lazer, o sagrado.
Estas dimensões da vida que enobrecem a nossa existência, a nossa identidade.
                                    Sebastião Teixeira e Ivo Teixeira Filho, dois dos fundadores do presépio,

Local onde se encontra o Presépio.

Figuras que compõem o presépio:
  1. 02 moinhos de vento
  2. 01 monjolo
  3. 01 rachador de lenha
  4. 01 negra caximbeira
  5. 01 roda com elefantes
  6. 02 galos de briga
  7. 01 boneco na barra
  8. 01 boneco na gangorra
  9. 02 ferradores
  10. 01 Papai Noel balançando o bebê na gangorra
  11. 01 ferreiro com bigorna
  12. 01 homem com uma garrafa na mesa
  13. 01 tartaruga com patinhos ao redor
  14. 02 mulheres socadeiras
  15. 01 negra com porrete
  16. 01 mulher socando tempero
  17. 01 passadeira de roupa
  18. 01 lavadeira
  19. 01 espanadeira
  20. 02 macacos tocando tarol
  21. 01 pescador
  22. 01 marceneiro
  23. 02 homens serradores
  24. 01 cachorro abrindo a boca
  25. 02 burrinhos mexendo a cabeça
  26. 01 elevador com 01 moinho, tendo um cawboy
  27. 01 gatinho com um passarinho
  28. 01 fita de bichos
  29. 01 fita com carroças, demonstração de carneiros
  30. 01 fita com bebês e cachorrinhos
  31. 01 passarinho tocando um patinho do ninho
  32. 34 bichinhos : cavalos, vacas, elefantes, camelos, burros, galos, patos
01 igreja com duas torres, duas janelas, dois anjos. Dentro da igreja; um berço balançando a imagem do Menino Jesus, Nossa Senhora, São José, os três Reis Magos, três pastores, um anjo embalando o Turíbulo, um passarinho tratando dos filhotes, um homem com copo na mesa.

Parte deste artigo foram publicados na Gazeta de São João del-Rei em dezembro de 2004 e integra o relatório para Tombamento do Presépio da Muxinga pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de São João del-Rei, elaborado por Alzira Agostini Haddad